sexta-feira, 17 de setembro de 2010

HEY VIAJANTE, O QUE FAZES AQUI??? PARTE 2.


Acostumado estou com a solidão! Hoje na viração do dia parei para pensar sobre isso, e digo que quem diz que na solidão encontra-se sozinho, não percebeu o que diz as entre-linhas.
Na solidão não há solidão, sabe porque? Porque ela própria se faz uma companhia para o"solitário". A pessoa está ali, mas não percebe que a solidão está junta, em dupla,num par, na companhia dela. Prefiro enfrenta-lá no começo estando ela ainda fraca e sem cor do que depois honra-lá estando ela carregada de musculos, armas em cores vivas. Bem, isso serve para uma outra postagem talvez, aqui reservo para essa introdução uma pequena gota do assunto. Antes que eu me esqueça...Olá Dona!!!
Chego sozinho no final desse tortuoso caminho. Latejam cicatrizes invisíveis que a todo momento me fazem lembrar cada passo que dei. Vejam, está lá!!!
Sim é ele, o grande "Arco Dourado", "O Portal Das Eras", sim, é o fim das poeiras.
De frente a ele minha alma estremeçe. Sou impulsionado pelo vago a acompanhar com meus dedos seus símbolos sagrados em sí escritos, eles me nortearão no que devo fazer. Sinto nascer uma paixão. Atravesso o portal.
Minha capa desleal ao contato com o novo e sólido ambiente torna-se um manto lindo e pesado que aperta a minha garganta.
Procuro a fonte das almas dos risos perdidos. Sinto que devo, não está mais em minha mente, mas o que devo fazer agora está em meu instinto, só sei que vou encontra-lá e derramar sobre ela a última lágrima do dragão do por-do-sol, que o velho tigre sem boca me dera no caminho. Entendo tudo agora! Eu tenho um espada enterrada lá... Eu só sei!!
Cruzo a ponte das pedras afogeadas, avisto um cântaro ao final dela, no chão, ele é bonito, pequenas pedras verdes reluzentes cravadas em torno, me faz perceber que pertence ou pertencia a algum mago do oriente, eles fazem tudo com essas pedras.
Ouço murmúrios de poemas inacabados, de frases intensas numa língua que não conheço mas eu entendo, simplismente eu entendo... Os símbolos estão atuando em meu espírito, eu sinto!
Pego o cântaro na mão e o jogo estraçalhando-o no chão, liberto aquelas frases e poemas, elas voam pelo ar muito audível e livres. Dei início a revolução!!!
Avisto a fonte!
Eu sabia que encontraria o dragão fosco da pele vermelha, ele é espantoso, ele é o guardião da fonte e se alimenta dos risos que tornam-se frustrados.
Abro o meu alforge e seguro em minha mão a pequena e densa lágrima. Me inclino, meus joelhos tocam a terra manchada. Um profundo e doloroso arranhão surge em meu peito, vejo meu sangue nas garras do dragão, fraco e trêmulo consigo depositar a lágrima na fonte. Minha espada nasce da terra. Minhas mão ficam estáticas, sinto que parei de tremer, arrisco um golpe fuminante com as minhas ultimas forças e acerto um grande coração quente de esverdeadas veias saltadas. A fera desmais infinita com seus grandes e vermelhos fechados.
As almas se levantam e pensas no ar viram penas douradas que se agrupam formando duas asas, elas abraçam a fonte, uma de cada lado como fosse parte de entranhas e a bela e úmida fonte transforma-se em um dragão de fogo, o último do por-do-sol.
Me encontro ali, estirado no chão ensanguentado, agora mais fraco e sem futuro, o grande dragão de fogo sorri para mim e me acolhe.

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