domingo, 22 de agosto de 2010

Ah! Tudo igual?


Acordo e vejo que está tudo igual. Mas hoje é um outro dia não é? Bem, deveria ser diferente não é mesmo? Digo...Ontem, hoje, entende? Mas está tudo igual, impecávelmente igual!
O mesmo cheiro permuta o ar, as mesmas paredes brancas do meu quarto que me assemelham a uma larva dentro do seu casulo, estão aqui, intactas, como soldados ingleses. Pensando assim, agora me sinto como se estivesse numa prisão acolchegante e quente, e a única paisagem que enquandra a minha janela é uma velha guilhotina do século XVII.
E olha lá aquela marca na parede que fiz com o quadro, sei lá, a uns dois ou três meses atrás, não lembro, ainda está no mesmo lugar. Putz! Ela ainda me irrita! Não sei porque ainda não limpei essa marca irritante.
Na verdade o que eu queria saber é o porque que quando acordo eu acordo sempre na mesma posição, sempre de barriga pra cima, porque não posso acordar de lado, seja qual for, direito ou esquerdo, sei lá, ou de barriga para baixo então, mas não, acordo sempre igual, também não consigo me controlar enquanto durmo. Olha, bem que eu queria ter esse auto controle! E se eu tivesse será que dormiria? Deixa pra lá, pelo menos eu controlo a televisão e já está ótimo. ( Ou será que esse amontoado de fragmentos imagem/som é que me controla... Cacete!!)
Olha lá... Eita! Tudo igual!!
Sério, hoje eu vou sacanear com a mesmice, hoje não vou levantar nas habituais 7:15hs, é isso, hoje eu vou levantar 7:18hs. É, 7:18 é um bom horário, é diferente, o numero oito são duas bolinhas uma em cima da outra e não é manco e vazado como número cinco. Mas é estranho, quando penso nos números pares eles aparecem na minha mente todos na cor azul. Hum...
E ah! Olha só esse rádio relógio redículo! Cara ele é muito velho, e essa figurinha colada do Lion segurando a espada prestes a chamar o olho de Thundera tambem é antiga pacas.
Porque a gente tinha essa mania de colar figurinhas em tudo, na porta do guarda-roupas, na porta do quarto, no criado mudo, na testa... E nos benditos rádios relógios. A maioria das figurinhas eram de bandas dos anos 80. Eu lembro que meu irmão mais velho tinha essa mania de colar vários adesivos de bandas na porta do guarda roupa, e um deles tinha a letra da música " Olhar 43" do RPM, e sempre após o banho ele segurava a porta do guarda roupa numa cena ridícula só de toalha e cantava a música olhando para o adesivo num tom Paulo "Ricardiano" ritimado com trêmulas e finas perna. Bons tempos!!! Eu só estudava e nada mais.
Ah não, sempre com o pé esquerdo? Toda vez que saio da cama é o pé esquerdo que primeiro pisa ao chão...Droga!! É impulso gente!!! Mas deixa, eu vou até o banheiro com os chinelos trocados, o direito no pé esquerdo e vice-versa. Pronto... Meu Deus, que ridículo!
Não sei vocês, mas eu faço assim, escovo os dentes, me arrumo e depois vou tomar o desjejum. Hei! Viram só? Fui comentar o negócio de escovar os dentes e percebi que nisso não faço igual, eu faço isso tudo ao contrário...Hehehehe, Viram? Nem tudo está cotidianamente no "Replay".
Mas... Aaaahh!!! E se esse hábito "contrário" de escovar os dentes e depois sujá-los, seja o meu igual que faço ao contrário todos os dias?
É, na verdade é só nos filmes mesmo que caem asteróides com bolhas assassinas, ou que surge uma invasão de zumbis, ou sei lá, aparece um portal mágico que dá pra outro mundo pra fazer abruptamente uma mudança e deslocar o igual.
Esqueçam tudo isso, hoje tenho que ir trabalhar igual ontem.





E ESSA VIDA POÉTICA HEIM?


Muitos pensam, e isso sempre é culpa de um padrão, que um poeta é aquele que usa roupas de cores frias e largas, que tem uma inseparável e certeira boina em sua cabeça, (E tem que ser ela colocada meio de ladinho), e é claro, um emocionante e grande, mas não tão exagerado óculos, e que tenha, isso falo "cervicalmente", um certo intrigante e inseparável torcicolo chamado de,"Up'nal", (Essa palavra faz parte do meu dicionário espacial particular e significa: "Uma incontrolável direção fixada da cabeça para cima, com olhos apontados olhando o vazio em busca de inspiração." Usarei aqui muito desse dicionário.)
Mas o significado objetivo e tradicional é: "Aquele que escreve em versos, que tem faculdades poéticas. Homem sonhador, visionário".
Então, você se enquadra nisso, você é um poeta, se sente e se vê como um? Hum???
Talvez olhando para si próprio , você conclua que não possui esses estereótipos apresentados e padronizados de um poeta, ou talvez possua, mas peca em não saber escrever em versos e nem em possuir tais faculdades poéticas. Então...?!?
Eu particularmente sei e acredito no que falo, que todos nós, sem exceção, somos poetas e poetisas! Uns sendo condicionais e outros incondicionais, uns em potencial e outros "suburbanamente" inconscientes de tal nobreza. Uns são renomados e vendidos e outros mentais e escondidos, uns alados e outros em delicados diários perdidos. Mas... Porque sou um, se eu não gosto de usar boina, e muito menos ela ladinho? Calma, padrões não geram uma "Voz" , geram ecos, e precisamos com urgência de"Vozes" para essa geração, e não repetições morais e ilegítimas das sombras deixadas pelos grandes "Sois".
Bom, quero destacar a última frase do significado acima.(Leiam por favor de novo pausadamente a última frase desse "Aureliano" significado.) Pronto?E então agora você está se familiarizando? Ainda não? Então deixe-me explicar.
Talvez não sejamos poetas de "carterinha" ou não possuamos versos escritos em livros, diários ou num rascunho qualquer, e muito menos gostamos de poesia e nem participamos de clubes referidos. Bem... Nem sequer escrevemos cara!!! Não sentamos em cadeiras eternas e nem imaginamos quem são e foram: Vinicius de Morais, Carlos Drummond de Andrade, Manoel Bandeira, Clarice Lispector, Mário Quintana ou Carducci, talvez Hélinand de Froidmont ou então Amr Bnou El Quays ( Poeta Árabe do século V), e tantos outros ilustres e importantes nomes e renomes da literatura poética. Mas escute... Você mesmo sem saber faz poesia! É!!!
Quando você acorda versos comessam a ser escritos sobre sua vida. Versos da poesia cotidiana, viva e real. Não falo de escrita usando tinta e papel, mas de realidade posta em versos não timbrados, talvez escritos em algum diário transcendental por alguem também transcendental, saca? Versos da sobrevivência, da realeza selvagem de viver.
Você é um sonhador, você é um visionário. Talvez a poesia do dia não tenha rimas,nem harmonia, nem tão pouco um começo e um meio extasiante. Talvez essa metáfora ultrajada em prosa torne-se um soneto. Essa poesia imersa, galopante, afreiada e verdadeira de todos nós, não necessita reconhecimento ou leitura, porque ela é palpável, arriscada, desafiante e futurista.
Você conduz o poema! Quando sonha brota sonetos, quando dentro de você surge um visionário, aquele que decide ir na contra mão, prosas e versos, rimados ou não compõem a história lírica da sua vida. Essa história pode ter um futuro grande, saiba inspirar os deuses.
Quem sabe não exista no cósmo um clube da poesia e a sua vida poética não esta sendo nesse exato momento declamada por algum deus em meio a sérios sábios eternos?

Desafio vocês a escreverem uma poesia, pequena para o comentário e mande-a para mim, o cotidiano tem diversas faces, e você pode torna-lo diferente. Até líricos poetas do cotidiano.

Abraços!!!