domingo, 22 de agosto de 2010

E ESSA VIDA POÉTICA HEIM?


Muitos pensam, e isso sempre é culpa de um padrão, que um poeta é aquele que usa roupas de cores frias e largas, que tem uma inseparável e certeira boina em sua cabeça, (E tem que ser ela colocada meio de ladinho), e é claro, um emocionante e grande, mas não tão exagerado óculos, e que tenha, isso falo "cervicalmente", um certo intrigante e inseparável torcicolo chamado de,"Up'nal", (Essa palavra faz parte do meu dicionário espacial particular e significa: "Uma incontrolável direção fixada da cabeça para cima, com olhos apontados olhando o vazio em busca de inspiração." Usarei aqui muito desse dicionário.)
Mas o significado objetivo e tradicional é: "Aquele que escreve em versos, que tem faculdades poéticas. Homem sonhador, visionário".
Então, você se enquadra nisso, você é um poeta, se sente e se vê como um? Hum???
Talvez olhando para si próprio , você conclua que não possui esses estereótipos apresentados e padronizados de um poeta, ou talvez possua, mas peca em não saber escrever em versos e nem em possuir tais faculdades poéticas. Então...?!?
Eu particularmente sei e acredito no que falo, que todos nós, sem exceção, somos poetas e poetisas! Uns sendo condicionais e outros incondicionais, uns em potencial e outros "suburbanamente" inconscientes de tal nobreza. Uns são renomados e vendidos e outros mentais e escondidos, uns alados e outros em delicados diários perdidos. Mas... Porque sou um, se eu não gosto de usar boina, e muito menos ela ladinho? Calma, padrões não geram uma "Voz" , geram ecos, e precisamos com urgência de"Vozes" para essa geração, e não repetições morais e ilegítimas das sombras deixadas pelos grandes "Sois".
Bom, quero destacar a última frase do significado acima.(Leiam por favor de novo pausadamente a última frase desse "Aureliano" significado.) Pronto?E então agora você está se familiarizando? Ainda não? Então deixe-me explicar.
Talvez não sejamos poetas de "carterinha" ou não possuamos versos escritos em livros, diários ou num rascunho qualquer, e muito menos gostamos de poesia e nem participamos de clubes referidos. Bem... Nem sequer escrevemos cara!!! Não sentamos em cadeiras eternas e nem imaginamos quem são e foram: Vinicius de Morais, Carlos Drummond de Andrade, Manoel Bandeira, Clarice Lispector, Mário Quintana ou Carducci, talvez Hélinand de Froidmont ou então Amr Bnou El Quays ( Poeta Árabe do século V), e tantos outros ilustres e importantes nomes e renomes da literatura poética. Mas escute... Você mesmo sem saber faz poesia! É!!!
Quando você acorda versos comessam a ser escritos sobre sua vida. Versos da poesia cotidiana, viva e real. Não falo de escrita usando tinta e papel, mas de realidade posta em versos não timbrados, talvez escritos em algum diário transcendental por alguem também transcendental, saca? Versos da sobrevivência, da realeza selvagem de viver.
Você é um sonhador, você é um visionário. Talvez a poesia do dia não tenha rimas,nem harmonia, nem tão pouco um começo e um meio extasiante. Talvez essa metáfora ultrajada em prosa torne-se um soneto. Essa poesia imersa, galopante, afreiada e verdadeira de todos nós, não necessita reconhecimento ou leitura, porque ela é palpável, arriscada, desafiante e futurista.
Você conduz o poema! Quando sonha brota sonetos, quando dentro de você surge um visionário, aquele que decide ir na contra mão, prosas e versos, rimados ou não compõem a história lírica da sua vida. Essa história pode ter um futuro grande, saiba inspirar os deuses.
Quem sabe não exista no cósmo um clube da poesia e a sua vida poética não esta sendo nesse exato momento declamada por algum deus em meio a sérios sábios eternos?

Desafio vocês a escreverem uma poesia, pequena para o comentário e mande-a para mim, o cotidiano tem diversas faces, e você pode torna-lo diferente. Até líricos poetas do cotidiano.

Abraços!!!


3 comentários:

  1. Se eu soubesse que poderia mudar tudo, desde cedo eu o faria,
    Iniciaria tudo de novo,
    Lançaria tentáculos tal qual o polvo,
    Nada de mim escaparia.

    Se eu soubesse que palavras machucariam,
    Arrancaria minha língua, extirparia meus pulmões,
    Cortaria uma a uma minhas cordas vocais,
    Não pronunciaria, não diria textos, sermões, frases, consoantes, vogais.

    Se eu soubesse que o riso encerrado na face magoaria
    Sorriria, sim, sorriria até não restarem dentes
    Cantaria, brincaria, desenvolveria da dança o passo,
    Correria em volta, escorregaria, retribuiria agradecido tal qual o palhaço.

    Se eu soubesse que os elogios alegrariam,
    Diria todos, incentivaria, torceria,
    Não passaria dia sem produzir exaltação
    Porém tarde aprendi que não se fala com a boca, mas com o pulsar do coração

    Se eu soubesse que a presença importaria,
    Far-me-ia o irmão, o filho, o amigo, o confidente, o par,
    Iria, convidaria, estaria, dançaria tal qual Fred Astaire
    Mesmo que a mente dissesse: “não faça se não quiser!”

    Se eu soubesse que as colheitas viriam,
    Olharia pra frente, plantaria diferente, amaria mais gente
    Do perfeito sete não seria o seis, rogo clemência às minhas rainhas e reis,
    Perdoem se da corte o bobo não se tornou agradável a vocês.

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  2. Poesia e sensibiliade estão sempre lado a lado, o poeta é o sensível, o sensível faz poesia até de si mesmo. Enquanto outros rodam a praça em busca de um bom lugar para estacionar seu carro, o poeta observa que no meio dessa praça há uma belíssima e frondosa árvore e que seus galhos ao sabor do vento tocam uma quase inaudível música... esse é o indiscutível poeta.

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